Infelizmente não achei a edição da revista
Guia del Ocio onde tem o texto que originou o título do blog, porque minha mãe só trouxe dois exmplares pra Natal, deixando os vários outros por lá mesmo. Eu até entendo,
qualquer espaço nas malas abarrotadas era muito valioso... mas eu gostaria de tê-las guardadas aqui, pra qualquer finalidade que se apresentasse ou só pra recordações mesmo. Fazer o quê? Eu não pensei nisso antes de voltar.
Ontem eu estava explorando o portal do UOL sem objetivos definidos quando me deparei com a frase "Não somos inteiramente humanos", que é o título de um texto que foi publicado em vários sites, circulando com o símbolo da agência
Reuters. É um pouco "seboso" mas muitíssimo interessante (pelo menos pra mim), e quem quiser ler só precisa clicar nesse link:
http://noticias.terra.com.br/ciencia/interna/0,,OI1030432-EI296,00.htmlResumindo, ele fala coisas como: "Somos de certa forma como um amálgama, uma mistura de bactérias e células humanas. Algumas estimativas dizem que 90% das células no nosso corpo na verdade são bactérias"; "Os humanos evoluíram durante milhões de anos com estas bactérias, e elas realizam funções essenciais", e fala também sobre como foi realizado o estudo - essa é a parte que eu achei "sebosa", mas pode ser frescura minha, porque eu
sei que as coisas são feitas com higiene e cautela.
Será que essa quantidade enorme de matéria "inumana" afeta nossa maneira de pensar também? Eu acho que é um exagero estimar que sejamos 90% bactérias, mas mesmo que isso seja 40% ou 50% jé é uma grande parte de nós, fisicamente falando. Então, será que os níveis de concentração e as diferentes quantidades de diferentes espécies (e são
muitas) afetam direta ou indiretamente nossa mente? Eu tendo a achar que sim, de maneira indireta. Porque se alterações nesse ecossistema dentro de nós podem causar males ou benefícios físicos, devem alterar indiretamente nosso humor, nossa disposição, nossa concentração, nossa preguiça, nossa sociabilidade, e assim em diante. Quem sabe até afete diretamente, em níveis que não percebemos conscientemente. Afinal, quem, quando está de mau humor, imagina que isso possa ter causas microbiológicas, quando aparentemente outras coisas não se apresentam como motivo? Posso estar viajando nessa linha de pensamento, mas acho que muita gente concordaria.
Bem, hoje minha atenção se deteve mais a coisas com um certo toque seboso também, a meu ver. As agências de pesquisa de opinião Ibope e Vox Populi dizem que Lula ganharia no primeiro turno, se as eleições fossem hoje, com cerca de 60% dos votos válidos. Todo ano de eleições, cada vez mais, essas pesquisas começam a encher a mídia com esses dados meses antes da realização dos votos. Isso influencia a opinião de
muita gente, que considera desperdício votar em "candidatos que não têm chance", como por exemplo a Heloísa Helena do PSOL. Eu digo isso porque conversei com algumas pessoas e disseram coisas nessa linha pra justificar o voto em Lula ou em Alckmin. Esses resultados deveriam ter publicação mais restrita, tanto quanto é restrita a educação de bom nível nesse país. Afinal, ser obrigado a votar sem ter elementos pra discernir a melhor opção, enquanto a mídia nos impõe essa propaganda eleitoral do favoritismo e ao mesmo tempo nos distrai com informações e grandes perspectivas alimentadas pelo favoritismo da Seleção Brasileira de Futebol é, ao meu ver, muito trágico.
E vai ser mesmo trágico se "o Brasil" não for hexacampeão. Eu acho que isso seria de certa forma
saudável para o "país do futebol", assim muita gente se desilude e deixa pra lá esse negócio de botar chuteiras na pátria. Tem tanta coisa mais importante e urgente pra cuidar por aqui... E eu sou suspeito pra falar, porque nos últimos meses eu tenho me interessado em medida igual por futebol e pelo cenário político/econômico/social do Brasil. Mas os problemas do setor esquerdo da defesa brasileira e da dupla de ataque "pesada demais" me causam menos tristeza e preocupação do que os inúmeros problemas do cenário sujo do estado brasileiro.
E, além do mais, eu vi Ronaldinho Gaúcho jogando várias vezes (uma delas
in loco, eu sou mesmo um afortunado) e se
não ganharmos com ele Kaká e as demais estrelas é porque não era pra ser mesmo. Mas aguentar o governo Lula mais quatro anos vai ser muito ruim. Torço pra uma improvável reviravolta e conseqüente eliminação desse candidato-presidente. E por um (ainda mais) improvável reconhecimento popular da candidata do PSOL, que vai ter meu voto.