crônica do amanhecer
Eu assisti um documentário feito em meados dos anos 90, em inglês, sobre uma série de naufrágios inexplicados que ocorreram numa região de ilhotas inexploradas a uns 200km ao Sul da costa do Rio Grande do Sul. Região fria, tempestuosa, um tanto mística, de onde muita gente não voltava.
Sob orientação e financiamento do meu professor de Biogeografia, o prof. Cestaro, eu e Elisa alugamos uma caravela do século XVI e fomos investigar o que havia nessas ilhotas.
Era um dia quente e claro quando desembarcamos na primeira que apareceu. Era toda coberta de dunas de areias amareladas, sem vegetação ou vida animal aparente. Para nosso susto, logo percebemos uma massa enorme de formigas avermelhadas vindo em nossa direção e corremos de volta para a segurança do navio.
Na segunda ilha encontramos um ambiente mais amigável, com plantinhas litorâneas e riachos descendo para o mar. Eu logo alertei Elisa: "cuidado que aqui parece ter cobras". Subimos uma elevação da praia, por uma trilha fina e úmida, para ver o que havia do outro lado. Eu vi um buraco na areia, de onde saía um corpo escamoso com padrões regulares de cores marrom-amarelo-cinzaescuro-preto e que depois terminava em outro buraco dois palmos à direita. Passamos pela cobra semi-enterrada e eu falei "Elisa, viu ali como tem cobras? Cuidado." no que ela me respondeu "E foi? Nem vi, cadê?". Voltamos alguns passos e eu apontei o corpo aparente da cobra, e logo depois senti uma mordida no calcanhar direito. Levantei com esforço a perna e vimos a cobra ferrenhamente agarrada ao meu pé.
Elisa corajosamente segurou-a pela cabeça como fazem aqueles caras do Animal Planet para evitar outros ataques. Ficamos um tempo analisando-a e constatando que era venenosa, pelo formato triangular da cabeça. E eu pensando onde é que eu ia arranjar um antídoto estando tão longe de qualquer lugar habitado e, de repente, a cobra se transformou, em nossas mãos, em uma gatinha toda manhosa e peluda.
1 Comments:
Hahahahahaha
Isso foi um sonho foi?
=P
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